Os técnicos da Assistência Técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) estão percorrendo entre os dias 11 e 20 de outubro as fazendas assistidas pelo projeto Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS) nos municípios de Poconé, Cáceres, Barão de Melgaço, Santo Antônio de Leverger, Itiquira e Rondonópolis. O objetivo é levantar dados e informações estratégicas para a devolutiva dos índices financeiros e zootécnicos do ano-safra 2021/2022 aos produtores rurais do projeto.
“Vamos validar os dados zootécnicos e econômicos deste período da pecuária de junho de 2021 a junho de 2022 que é quando acontecem os nascimentos de bezerros, tendo em vista que as propriedades são de cria e recria”, explicou o supervisor do Senar-MT, Marcelo Nogueira.
O levantamento da safra e a percepção dos técnicos serão encaminhados ao Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) – responsável pela análise e interpretação dos dados. O trabalho segue uma metodologia específica, com finalidade de garantir a confiabilidade e a consistência dos dados e informações.
Por meio do levantamento serão gerados dados, avaliação do ano-safra, análises zootécnicas e econômicas, área, produtividade, produção, monitoramento, entre outras informações que poderão subsidiar os produtores rurais nas tomadas de decisão.
A partir da análise concluída, o Imea vai fornecer o relatório final do ano-safra 21/22 para apresentação aos produtores rurais no dia 1º de dezembro deste ano, em Cuiabá, durante o 3º Encontro de Produtores do projeto FPS. A programação será divulgada em breve.
“A FPS possibilita ao produtor pantaneiro conhecer sua realidade. O nosso bioma é diferenciado, nós temos indicadores e sistema de manejo distintos. Os cuidados do nosso bioma são especiais, pois temos pujança de águas e no período da seca enfrentamos uma restrição hídrica. Isso faz com que tenhamos uma dinâmica diferenciada na condução dos animais e na gestão da propriedade como um todo”, afirma a produtora rural e presidente do Sindicato Rural de Cáceres, Ida Beatriz.
Segundo ela, os indicadores da FPS possibilitam um olhar diferenciado sobre as atividades no Pantanal. “Com os dados do levantamento teremos uma visão mais ampla de como está a gestão da propriedade e das demais fazendas do bioma. Essa troca de informações e tecnologias contribuem para a construção de políticas públicas específicas para o bioma pantanal”, descreveu a produtora.
Ida acrescentou que fazer parte do projeto e colaborar na construção desse desenho inédito é uma oportunidade ímpar para o produtor pantaneiro. “A partir do momento que esse material for replicado para outras propriedades, com todo esse embasamento, fará todo o diferencial na tomada de decisão, na gestão de investimentos, de custos, na capacitação de mão de obra, na contratação de tecnologias e de técnicos diferenciados. Tudo isso vai fortalecer muito mais o pecuarista pantaneiro”.
Os produtores pantaneiros avaliam o projeto como uma oportunidade de mostrar o que está sendo feito no Pantanal, a responsabilidade que o produtor rural tem com a produção e o meio ambiente, seguindo o tripé sustentabilidade (econômico, ambiental e social), e a possibilidade de gerar novas parcerias.
FPS – A Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS) é um projeto piloto que iniciou em 2018 para auxiliar produtores rurais do bioma Pantanal de Mato Grosso a se desenvolverem economicamente na região e de forma sustentável. É coordenado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Senar-MT, Sindicatos Rurais, Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pantanal/MS.