Aos 72 anos, Raul Amaral Campos aguarda a chegada do nono neto, Romeu. O mais novo integrante da família do avô paulista, que foi atraído para Mato Grosso pelas terras e se mudou em 1976, assim que adquiriu a sua primeira propriedade.
Em 2009, encontrou uma fazenda à venda em Santo Antônio do Leverger e decidiu comprá-la. Era em região pantaneira, investiria na pecuária, uma tarefa difícil, e colocou o nome de Esperança.
“Eu fui para o Pantanal porque achei uma região muito bonita, na beira do rio, queria ter uma fazenda lá”. Outro atrativo para os produtores é o preço. “É muito barata a terra”.
Mas o desafio nem sempre é agradável: “Você programa uma coisa, mas depende do clima. Quando chove bastante fica inviável. A logística é muito ruim. No Pantanal você não pode programar nada em longo prazo”. A propriedade faz parte do Projeto Fazenda Pantaneira Sustentável, que tem por objetivo justamente ajuda o produtor a gerir essas dificuldades. Enquanto isso, morando em Rondonópolis, de uma a duas vezes por mês enfrenta 230 km para visitar a Fazenda em Santo Antônio. O produtor conta com a ajuda de duas filhas, de um total de quatro, para tocar o negócio, que não se resume à propriedade pantaneira. “Um filho cuida de uma propriedade na Bolívia e duas filhas me ajudam nas outras fazendas. A família toda ama a pecuária”.