A Americana, que dá nome à fazenda localizada em Poconé-MT, faz referência a um município paulista distante 1.500 km de Mato Grosso. Foi essa distância que o produtor rural Alcides Caetano Martins percorreu em 1982, quando saiu da cidade natal Americana, em São Paulo, para desbravar o garimpo em Mato Grosso.
Com experiência em terraplanagem e com os negócios não indo muito bem no Sudeste, ele resolveu conhecer a fama do garimpo mato-grossense. “Diziam que dava ouro em cima da terra e eu vim pra ver”. Aos 27 anos, casado com Magali e acompanhado da filha Daiane, que tinha apenas cinco anos de idade, ele adquiriu seu primeiro garimpo.
Trabalhou por dez anos no ramo, até se dedicar completamente a pecuária, paixão que vem do sangue. “Toda a família do meu pai mexia com gado e desde criança cresci no sítio em contato com o rebanho”.
O amor pela vida no campo fez Alcides concluir apenas o então ginásio e não se arrepende. “Minha mãe me levou para a cidade porque eu tinha que estudar. Não conclui o estudo técnico por revolta, porque eu gostava mesmo era da roça”.
Apaixonado pelo Pantanal, Alcides pretende se aposentar em breve e deixar o negócio aos cuidados do filho caçula que é médico veterinário. Aposentado, pretende continuar morando em Poconé, distante apenas 26 km da propriedade.
A única ambição do produtor é voltar a ver o Pantanal como era antes. “Queria que essa geração conhecesse o Pantanal que eu conheci quando cheguei aqui. Tinham muitos animais e o pantaneiro tinha mais liberdade. Ele é um grande celeiro para a criação de gado e para o turismo. Os dois podem conviver juntos, um sem afetar o outro”.