Representantes do Sistema Famato estão em Bagé, no Rio Grande do Sul, esta semana (6 a 11 de novembro) para uma rodada de visitas técnicas na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa – Pecuária Sul) e na Associação dos Produtores do Pampa Meridional do Estado do Rio Grande do Sul (Apropampa), onde participarão de um workshop de troca de experiências e conhecerão a iniciativa de Indicação Geográfica da Carne do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional.
O grupo percorrerá propriedades rurais de pecuária, de criação de animais das raças Hereford e Braford, de produção de uvas e vinho, oliveiras e de azeite de oliva. A iniciativa e coordenação das visitas técnicas são da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO) de Mato Grosso do Sul.
O objetivo do intercâmbio é conhecer os conceitos e experiências das Indicações Geográficas do Bioma Pampa e Marcas Coletivas, com o intuito de ampliar mercados e negócios diretos e indiretos para os diversos elos das cadeias produtivas envolvidas.
“Estamos na fase de conhecimento, de buscar informação com quem já faz, e de entender como funciona a tramitação para alcançarmos a Indicação Geográfica para a carne sustentável do Pantanal. Estamos conversando com o estado vizinho, Mato Grosso do Sul, e com o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Já participamos de duas reuniões, inclusive com uma equipe de Brasília”, informou o analista de pecuária da Famato, Marcos de Carvalho.
A região Pampa Gaúcho da Campanha Meridional é a terceira Indicação Geográfica Brasileira e única Indicação Geográfica das Américas para carne bovina e teve seu registro concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em dezembro de 2006.
“Hoje a carne do Pampa Gaúcho tem o selo de indicação geográfica e estamos indo até lá para conhecer e entender como foi feito. E nosso objetivo é que o bioma Pantanal também alcance o mérito de Indicação Geográfica de uma carne ambientalmente sustentável, socialmente justa e economicamente viável. Em uma ação conjunta com Mato Grosso do Sul e o Mapa, pretendemos conquistar esse reconhecimento para o pecuarista do Pantanal”, acrescentou Marcos de Carvalho.
Em execução no Pantanal mato-grossense há aproximadamente quatro anos, o projeto Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS) vem trazendo aos produtores novas perspectivas de futuro. É uma iniciativa da Famato, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Embrapa Pantanal, em parceria do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e Sindicatos Rurais.
Fruto do acompanhamento técnico das propriedades, de 2020 para 2021, a rentabilidade média dos produtores da FPS aumentou nove vezes, sem impacto nenhum ao bioma e à natureza. No dia 1º de dezembro de 2022 no edifício da Famato, o Imea irá apresentar a rentabilidade de 2021 para 2022, dados que são ansiosamente aguardados pelos produtores.
“O projeto FPS contribui para avaliar as variáveis ambientais, econômicas e sociais das propriedades rurais, além de sugerir boas práticas de manejo que resultarão no aperfeiçoamento da sustentabilidade da área e, com isso, o selo de Indicação Geografia seria um casamento perfeito que agregaria valor não somente ao projeto em execução, mas, principalmente, para a carne que é produzida no Pantanal. E para 2023, temos a expectativa de aumentar para 75 propriedades assistidas pelo projeto”, salientou a gestora do Núcleo Técnico da Famato, Lucélia Avi.
Da Famato, participam a gestora do Núcleo Técnico, Lucélia Avi, e o analista de Pecuária, Marcos de Carvalho. Do Senar-MT estarão o coordenador de Assistência Técnica Gerencial, Armando Urenha e a analista de Assistência Técnica Gerencial, Márcia Machado, a presidente do Sindicato Rural de Cáceres, Ida Beatriz, e a representante do Sindicato Rural de Poconé, Daniela Campos.
De Mato Grosso do Sul participam representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e produtores rurais.